Em uma economia circular, a atividade econômica contribui para a saúde geral do sistema. O conceito reconhece a importância de que a economia funcione em qualquer escala – para grandes e pequenos negócios, para organizações e indivíduos, globalmente e localmente.
A transição para uma economia circular não se limita a ajustes visando a reduzir os impactos negativos da economia linear. Ela representa uma mudança sistêmica que constrói resiliência em longo-prazo, gera oportunidades econômicas e de negócios, e proporciona benefícios ambientais e sociais.
Ciclos técnicos e biológicos
O modelo faz uma distinção entre ciclos técnicos e biológicos. O consumo se dá apenas nos ciclos biológicos, onde alimentos e outros materiais de base biológica (como algodão e madeira) são projetados para retornar ao sistema através de processos como compostagem e digestão anaeróbica. Esses ciclos regeneraram os sistemas vivos, tais como o solo, que por sua vez proporcionam recursos renováveis para a economia. Ciclos técnicos recuperam e restauram produtos, componentes e materiais através de estratégias como reuso, reparo, remanufatura ou (em última instância) reciclagem.
Origens do conceito de uma economia circular
A noção de circularidade tem importantes origens históricas e filosóficas. A ideia de retroalimentação, de ciclos em sistemas do mundo real, é antiga e surge em diversas escolas filosóficas. Ela ressurgiu em países industrializados após a Segunda Guerra Mundial quando quando o advento de estudos computadorizados de sistemas não-lineares revelou claramente a natureza complexa, conectada a portanto imprevisível do nosso mundo - mais parecido com um metabolismo do que uma máquina. Dados os avanços recentes, as tecnologias digitais têm o poder de apoiar a transição para uma economia circular ao aumentar radicalmente a virtualização, desmaterialização, transparência e inteligência gerada por ciclos de retroalimentação.
Escolas de pensamento da economia circular
O modelo de economia circular sintetiza uma série de importantes escolas de pensamento, incluindo a economia de performance de Walter Stahel; a filosofia de design Cradle to Cradle de William McDonough e Michael Braungart; a ideia de biomimética articulada por Janine Benyus; a ecologia industrial de Reid Lifset e Thomas Graedel; o capitalismo natural de Amory e Hunter Lovins e Paul Hawkens; e a abordagem blue economy como descrita por Gunter Pauli.